15 de fevereiro de 2009

PROJETO ÁFRICA E NEGRITUDE NO IMAGINÁRIO ESCOLAR ARAPIRAQUENSE

O Projeto África e Negritude no Imaginário Escolar Arapiraquense pretende a realização de atividades de sondagem quanto às representações sociais presentes no imaginário escolar, envolvendo comunidades de 10 escolas da rede municipal do Município de Arapiraca.

Com isso, espera-se contribuir com a produção de conhecimentos necessários para subsidiar políticas públicas que tenham como foco a educação voltada para as relações étnico-raciais, adequadas à realidade local. Essa perspectiva vai ao encontro de recentes conquistas no campo educacional, consubstanciadas na promulgação da lei federal 10.639/03 e da lei estadual 6.814/07, que, respectivamente, tornam obrigatório o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira na educação básica, de forma transversal em todo o currículo escolar.

Utilizando-se da aplicação de questionários e realização de entrevistas, os pesquisadores abordarão temas pertinentes à construção das identidades individuais e coletivas de professores e alunos, a partir de suas histórias de vida e de suas experiências no cotidiano escolar, tendo como referência a questão do negro e sua presença histórica na formação da sociedade brasileira e, particularmente, na arapiraquense. Nesse caso, também serão abordadas questões relativas à África e toda a carga de preconceito e discriminação segundo a qual ela aparece na construção da história da nação brasileira.

Mediante a sistematização desses questionários, bem como a transcrição das entrevistas realizadas, será procedida a análise dos conteúdos levantados, visando à identificação dos principais aspectos ideológicos, sociais e econômicos, incidentes sobre a construção de um imaginário escolar acerca das questões étnico-raciais presentes na sociedade arapiraquense e, principalmente, inerentes às relações e práticas sociais desenvolvidas no próprio ambiente escolar.

Os resultados dessas análises, realizadas segundo uma abordagem que combina elementos da pesquisa etnográfica à pesquisa em história oral, serão sintetizados em artigos e ensaios dando conta dos diversos temas e aspectos tratados na pesquisa, a serem produzidos pelo professor coordenador em co-autoria com o bolsista e estudantes colaboradores do projeto, todos discentes do Departamento de História do Campus I – UNEAL. Esse material deverá ser disponibilizado para a comunidade acadêmica em meio digital, através de link do NEAB a ser criado na página da UNEAL.

NEAB-UNEAL Realiza Encontro de Capacitação

O NEAB–UNEAL (núcleo de Estudos Afro-Brasileiros) realiza nos próximos meses encontros de capacitação com as comunidades remanescentes quilombolas, dos sítios Carrasco e Pau D’arco do Município de Arapiraca-AL. Com o objetivo de promover uma maior interação entre as comunidades, gerando uma troca de conhecimentos e experiências ao tempo que esclarecerá vários temas referentes à cultura afro-brasileira.

O primeiro encontro terá por tema identidade, memória e história quilombola, o segundo tratará da religiosidade afro-brasileira, o terceiro abordará a capoeira e educação, o quarto irá tratar da lei 10.639 e educação multi-cultural, o quinto trará à tona a discussão sobre o movimento negro no Brasil e em Alagoas.

Os encontros de capacitação acontecerão uma vez por mês, nas escolas das referidas comunidades. O primeiro está previsto para o dia 28 de Março, o segundo dia 25 de Abril, o terceiro dia 30 de Maio, o quarto dia 27 de Junho e o quinto dia 25 de Julho. O encontro de capacitação contará com a presença de professores convidados para tratar de cada tema especificado anteriormente.

Apoio: UNEAL (Universidade Estadual de Alagoas) e Secretaria de Educação do Município de Arapiraca.

22 de novembro de 2008

O NEAB Visita a Serra da Barriga No Dia da Consciência Negra

O NEAB (núcleo de estudos afro-brasileiro), não poderia deixar de se fazer presente na Serra da Barriga um dos maiores e mais importantes sítios históricos do país, maior símbolo de resistência africana, em um dia tão importante na nossa história, comemorado em todo país que é o dia da consciência negra.
Situada no município de União dos Palmares, esse importante sítio histórico é onde localizava-se o quilombo dos palmares formado por negros que fugiam do trabalho escravo nos engenhos de açúcar mas precisamente do Estado de Pernambuco. O quilombo crescia, sua população aumentava com o passar dos anos, principalmente depois da ocupação dos holandeses. Aproveitando a desordem provocada pela invasão flamenga, os negros fugiam das senzalas, indo se refugiar nos mocambos da região da Serra da Barriga, no atual território de Alagoas. Há divergências quanto ao número da população de Palmares nessa época. Estima-se que existiam entre 6 mil e 20 mil habitantes. Muitas foram às tentativas de aniquilar de vez o quilombo palmarino, mas tal feito só foi realizado após a morte de Zumbi. Apesar de protegido, Zumbi foi morto em combate no dia 20 de novembro de 1695. Sua cabeça foi cortada e enviada ao Recife. A carta do governador Melo de Castro ao monarca datada de 24 de junho de 1696 dava ciência dessa façanha, relatando a guerra e a morte de Zumbi, cuja cabeça foi exposta como troféu de guerra em um mastro “no lugar mais público” do Recife, na tentativa de satisfazer os patrocinadores da guerra, como também para “atemorizar os negros que supersticiosamente” se recusavam a acreditar na morte do líder negro. Após a destruição de Palmares, os soldados foram recebidos com honras pelo governador e as terras do quilombo foram posteriormente aquinhoadas em lotes no regime de sesmaria e distribuídas entre os que participaram do cerco ao dito quilombo.
É evidente o massacre realizado nesta terra hoje sagrada para todos aqueles que a visitam. É impossível pisar no chão em que tantos e tantos heróis negros que nem entraram para história, que não tem seus nomes lembrados ou gravados em algum memorial e não se emocionar e sentir orgulho de pertencer a essa raça, a raça negra. A Serra da Barriga, um marco na nossa história, palco de uma das maiores lutas já travadas pela liberdade, sinônimo de resistência e bravura, mas que teve sua história escrita com sangue. Sangue de um povo arrancado de suas raízes à força para realizar trabalhos forçados e em troca receber somente o alimento suficiente para se manter de pé e poder trabalhar incansavelmente. Um povo forte, exemplo de resistência que até hoje perpetua sua história, sua cultura com orgulho e com um brilho no olhar, o olhar negro, olhar de um negro que sobreviveu que resistiu para ter dias de glória, ter sua cultura reconhecida e valorizada, e o principal: ter sua história recontada em cada canto desse país!

Encerramento do III Seminário Negritude e Resistência - UNEAL

O III Seminário Negritude e Resistência; realizado entre os dias 11 e 13 de novembro pelo NEAB (núcleo de estudos afro-brasileiros); consolidou-se como um dos maiores eventos de cultura afro-brasileira da Universidade Estadual de Alagoas. Superando o I e II Seminário, indo além das espectativas do público e dos próprios organizadores do evento. Contando com a presença de grupos afros e de palestrantes de um alto nível em se tratando do assunto. Mostrando através de suas atrações o quanto a cultura negra está presente em nossa história, em nosso dia-a-dia, até na linguagem que utilizamos; nas comidas típicas de nossa região, etc. Tendo como objetivo principal conscientizar a sociedade da importância que tem essa cultura na nossa história. Provando que todo preconceito é um retrocesso intelectual.
Para realização de tal evento contamos com a presença da Professora Drª Clara Suassua Fernandes (NEAB-UFAL), Professor Dr. Moisés de Melo Santana (UFRPE), Professor Jairo Campos da Costa (UNEAL), Professora Ms Cristina Barros (ITERAL), Professora Ms Luana Teixeira, Professora Drª Rachel Rocha (UFAL) e do Professor Lepê (poeta e educador de PE). Além das apresentações culturais dos grupos Oju Omi Omorewá, Cia de Dança e Teatro Mundo Paralelo com o espetáculo: transversalidade de idéias: uma declaração de amor a Serra da Barriga. Além das oficinas de capoeira ministradas brilhantemente pelo mestre Sapulha e o encerramento com a banda da cidade de Arapiraca Afro-Ara, realizando um belo show que contagiou todo o público ali presente. Só nos resta agradecer a todos que compareceram a este evento organizado com tanta dedicação, a todo público arapiraquense e demais regiões que se fizeram presente. Pois o nosso real objetivo não é focalizar este debate somente dentro da universidade, mas sim para toda sociedade, outras instituições de ensino, havendo ai uma extensão das pesquisas e estudos realizados pelo NEAB.
A para todos!

12 de novembro de 2008

Abertura do III Seminário Negritude e Resistência foi um sucesso !

Ontem, 11 de Novembro, foi realizada a abertura do III Seminário Negritude e Resistência, nos Jardins do Campus I da UNEAL, em Arapiraca. A comunidade acadêmica e a sociedade em geral respondeu ao convite do NEAB, comparecendo em peso para participar do evento.
Com as bênçãos de Oxalá, invocadas pelo Babalorixá Alex, o Seminário teve início sob a luz de uma lua cheia esplendorosa e da brisa leve de Inhasã sacudindo as árvores daquele belo jardim, gerando um ambiente de paz e harmonia.
Os presentes não pouparam elogios à ornamentação e à qualidade da organização do evento, toda ela produzida pela equipe do próprio NEAB. A mesa de abertura contou com as falas de representantes dos grupos de Capoeira de Arapiraca, das religiões afro-brasileiras, do Campus I, do Secretário Municipal de Cultura e Turismo e do Reitor da UNEAL, todos unanimemente entusiasmados com o sucesso do evento.
As palestras também foram conduzidas em alto nível, com atenção total do público. Foram abordadas questões mais gerais do panorama das ações afirmativas no ensino superior no Brasil (Prof. Moisés Santana), acompanhadas de interessantes relatos de experiências desenvolvidas pelo Campus da UNEAL em União dos Palmares (Prof. Jairo) e pelo NEAB UFAL (Profa. Clara Suassuna), trazendo dados interessantíssimos sobre a inclusão de estudantes negros no ensino superior em Alagoas.
A noite foi encerrada com o brilhante show do grupo Oju Omi Omorewá, de Maceió, comandado pela percursionista, cantora e compositora Nani Moreno, contagiando todo o público, que não se conteve e invadiu o espaço do show para dançar junto com os bailarinos do grupo.
Hoje a programação tem continuidade discutindo a situação das comunidades remanescentes de quilombolas em Alagoas, sob grande expectativa de todos os participantes do evento.
Confira a programação aqui no Blog do NEAB e compareça para participar dessa grande festa. Axé.

21 de outubro de 2008

Programação do III Seminário Negritude e Resistência



Programação

Dia 11

19:00h

Mesa-redonda: Políticas Afirmativas no Ensino Superior: Avanços e Desafios.

Palestrantes: Prof. Dr. Moisés de Melo Santana (UFRPE)

Profa. Dra. Clara Suassuna Fernandes (NEAB-UFAL)

Prof. Ms. Jairo Campos da Costa (UNEAL)

21:00h

Apresentação cultural: Grupo Oju Omi Omorewá

Dia 12

19:00h

Mesa-redonda: Comunidades Quilombolas e a Luta Pela Terra

Palestrantes: Profa. Elis Lopes Garcia (Núcleo Afro-Quilombola

da Secretaria Estadual da Mulher e Direitos Humanos)

Prof. Ms. Christiano Barros (ITERAL)

Profa. MS. Luana Teixeira

Oficina de Capoeira

Ministrante: Mestrando Sapulha

21:00h

Apresentação Cultural: Cia de Dança e Teatro Mundo Paralelo

Espetáculo: Transversalidade de idéias: uma declaração de amor à Serra da Barriga.

Dia 13

19:00h

Mesa-redonda: A Influência Banto na Formação Cultural Brasileira e Alagoana .

Palestrantes: Profa. Dra. Rachel Rocha (UFAL)

Prof. Lepê Correa (Poeta/Educador –PE)

Oficina de Capoeira

Ministrante: Mestrando Sapulha

21:00

Atividades Culturais: Exposição de Mapas Mentais e Maquetes das Comunidades Quilombolas do Pau D’Arco e Carrasco. (NEAB-UNEAL)

Encerramento: Grupo Afro-Ara.

NEAB/UNEAL REALIZA OFICINA SOBRE TERRITÓRIO E MEMÓRIA NA COMUNIDADE DE REMANESCENTES QUILOMBOLAS DO SÍTIO CARRASCO

No último dia 17 de Outubro, O NEAB/UNEAL realizou uma oficina na Escola Municipal de Tempo Integral Manoel João da Silva, localizada no Sítio Carrasco, comunidade de remanescentes quilombolas situada na zona rural de Arapiraca. A oficina foi conduzida pelos professores Sinval Guimarães Junior (UFAL) e Clébio Araújo (UNEAL), com o apoio de estudantes do curso de história e de letras do Campus I.

Participaram estudantes e professores daquela escola, que ficaram entusiasmados com a atividade e dispostos a reproduzi-la em suas atividades escolares. A programação constou da confecção de “mapas mentais”, ilustrativos do imaginário da comunidade sobre o território do carrasco, aspectos geográficos e fatores relevantes da vida cotidiana daquela comunidade. Em seguida, esses mapas foram confrontados com mapas científicos sobre o município de Arapiraca, incluindo o Carrasco, partindo-se, então, para a confecção de maquetes que buscavam reproduzir o carrasco em seu relevo e características sócio-geográficas.

Segundo o Prof. Clébio Araújo, essa atividade é apenas a porta de entrada para uma parceria mais forte entre o NEAB/UNEAL e a comunidade do Carrasco, indicando a possibilidade de um trabalho de formação pedagógica para os docentes da escola envolvida, no ano de 2009.

8 de outubro de 2008

OFICINA DE MAQUETES

O NEAB – Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UNEAL, em parceria com o Departamento de Geografia do Campus I, realizou no último dia 19 de Setembro de 2008 uma oficina para confecção de maquetes baseadas em cartas topográficas. Atividade foi ministrada pelo Professor Sinval Guimarães Júnior, do Departamento de Geografia da UFAL, tendo contado com estudantes dos cursos de história e geografia.

A oficina insere-se nas atividades preparatórias ao III Seminário Negritude e Resistência, que será realizado de 11 a 14 de Novembro. O objetivo foi preparar os estudantes para multiplicarem a experiência na comunidade remanescente de quilombolas do Carrasco (Arapiraca), através de uma oficina com estudantes da Escola Municipal Manoel João da Silva, a ser realizada em 17 de Outubro próximo. Metodologicamente, serão trabalhados conteúdos que desenvolvam a sensibilidade dos estudantes para a leitura de mapas associados à leitura de paisagem. Espera-se com isso contribuir para o fortalecimento da identidade e auto-estima daquela comunidade. Segundo o Prof. Clébio Araújo, coordenador do NEAB, as maquetes produzidas serão expostas durante o evento no Campus I da UNEAL.






Abertas as Inscrições para o III Seminário Negritude e Resistência

As inscrições para o III Seminário Negritude e Resistência da Uneal Campus I já podem ser realizadas. Os interessados devem procurar os monitores responsáveis na sala destinada ao Núcleo de História ou imprimir o formulário de inscrição através do link direto na página da Uneal. Este ano contamos com uma novidade: os 20 primeiros inscritos poderão participar de uma oficina de capoeira com o Mestre Sapulha nos dias 13 e 14 de Novembro. Então se você deseja participar dessa oficina, corra para garantir sua vaga! A inscrição custa apenas R$ 5,00 (cinco reais) e deve ser paga aos monitores responsáveis no ato da entrega. A partir do dia 08 de Novembro, o valor cobrado será R$ 7,00 (sete reais). A oficina não terá nenhum custo adicional.

Em breve divulgaremos a programação completa do evento.

6 de outubro de 2008

III Seminário Negritude e Resistência

Entre os dias 11 e 14 de Novembro, no Campus I da Universidade Estadual de Alagoas, ocorrerá o III Seminário Negritude e Resistência. Trata-se de iniciativa já consolidada no calendário da Universidade, tendo alcançado absoluto êxito em suas versões anteriores (2006/2007), contribuindo sobremaneira para aproximar a UNEAL das organizações da sociedade civil envolvidas com a valorização do negro na sociedade brasileira, contando com a participação de lideranças religiosas, culturais e políticas dos diversos segmentos que compõe o movimento negro alagoano.

As inscrições para o seminário já estão abertas e podem ser feitas através do site da Uneal: http://www.uneal.edu.br/default.asp?area=inicial

Em breve mais informações!